Abril. Silêncio. Frio. Dor. Desilusão. Saudades. Estou fechando as portas agora, sorrateiramente me escondendo atrás desse rosto, com cara de quem é forte e que não está nem ai pra nada. Da próxima vez, quando quiser entrar, pule o muro, a campainha não irá mais toca, e eu não mais abrirei a porta desta pequena casa esquecida do lado de fora do que realmente importa. Porque já não ah mais chave, e não mora mais ninguém aqui dentro…
Não é como antes moço, que estava só partido. Agora, dessa vez, me arrancaram a outra metade. Esta faltando uma parte, esta faltando o andar que sustentava todo meu é-difício.
Daqui pra frente às coisas começaram a perder o sentido. As palavras. Os textos. Os desenhos. As cartas. Os sonhos. O planos... Estão se desfazendo, como a chuva que escorre pelo meu telhado agora...
Então, deixe que se vá. E só por hoje, se quiser chorar, chore. Se quiser ficar sozinho, fique. Deixe que as nuvens em seus olhos molhem, deixe que chova pelo menos hoje à noite. Porque amanhã será um novo dia – mesmo que nada tenha mudado de verdade.
Só não se permita ficar assim para resto da vida. Um dia, quando as lágrimas secarem, a vida continuará, como sempre...
“Essa é pra você e pra mim, que ainda choram sorrindo. Que acreditam com toda força que amanhã será um novo dia, que iremos acordar, abrir a janela, tomar um café, e não mais voltar a pensar naquilo que nos faz triste...”
Mais uma vez sobre coisas que o tempo sempre dá um jeito de concertar... "
ResponderExcluirE vale muito acreditar no amanhã! Uma hora o sol ou mesmo o vento secam essas lágrimas e não restará nem as marcas!!!
ResponderExcluirAdorei o texto!
Grande Abraço
Quem sabe um dia algo mude, não é mesmo?
ResponderExcluiresperamos que um dia mude.
Olá, amigo Rick!
ResponderExcluirSeu conto é uma poema em prosa, dramático como a poesia lírica e retrata bem o suplício do amor não correspondido.
O ambiente é uma bela paisagem, digna do entrecho.
Sua narrativa dar um colorida especial à fabulação.
Parabéns pelo alumbramento!
Abraços!