A verdade é que eu tenho me adaptado bastante a solidão nestes últimos meses Julieta. Está tudo relativamente bem até agora. E sabe aquela paz do peito vazio, pois é, ela está voltando. Porque a solidão tem dessas, às vezes você é livre pra ser tudo que deseja ser sem precisar dá satisfação pra ninguém, e em outras você parece um passarinho querendo voltar pra gaiola, só pra ter alguém pra cuidar e se preocupar contigo. Mas meu bem, essa fase tem passado e eu to partindo pro que eu chamo de "seguindo". Só que, no meio de todo esse desapego, às vezes eu simplesmente tenho a necessidade de saber se você está bem, se está feliz, o que tem feito, como está na faculdade, se tem uma piada nova, se tem lido outro livro... E não que eu me importe com essas coisas, mas tua saúde é importante pra mim. Daí eu digito duas palavras e fico pensando que se eu enviar, você vai responder e fazendo isso, eu vou querer saber dos detalhes e sabendo dos detalhes eu vou morrer de saudades e morrendo de saudades eu vou querer te ver e te vendo eu volto a pular do precipício e a queda é contínua.
E pensando nisso, eu resolvi que nós precisávamos mesmo deste tempo, e que depois vai ficar mais fácil de eu me acostumar em te ter como alguém que eu já não posso levar pra minha cama. Sim, nós já tentamos, eu sei, mas eu preciso parar com isso antes que fique insustentável. Fugir de tudo isso aqui torna a batalha mais leve. O caminho mais fácil é enfrentar a dor... As vezes é preciso sentir, chorar, espernear e ficar de mal com o universo. Porque meu bem, não há nada nesta vida que permaneça, tudo passa e quando não passa, a gente se acostuma, e no fim, sabe aquele espaço monótono dentro da gente, pois é, cômodos vazios e limpos sempre atraem coisas boas pra dentro do peito... O esforço é diário e as saudades também, mas nada se compara ao trabalho que é manter a paz do peito vazio e os pensamentos loucos distante agora… Eu tenho sido mesmo muito forte. Porque cada chamada no celular não recebida, cada sms não respondido, é um pedaço do meu coração perdido na batalha do que é não dá lugar pro sentimento antigo voltar pra casa… Hoje eu já até ouço as músicas que eu te enviei sem sentir um nó na garganta, e parece que finalmente, no meio de todo esse desapontamento, eu me acostumei com o fato de que essas coisas fazem parte, é a vida...
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Há alturas em que é mesmo preciso fechar a porta, romper com o passado para sermos capazes de seguir em frente, porque, de outra forma, acabaríamos por sofrer recaídas.
ResponderExcluirMesmo que as pessoas se afastem, nunca o fazem completamente, até porque não são indiferentes. Por isso é que nos continuamos a preocupar.
Adorei o texto, está fantástico!
r: Muito obrigada *.* volta quando quiseres, serás sempre bem-vindo ao meu blog
Beijinhos*
É perigoso quando nos acomodamos até à saudade.
ResponderExcluirA vida não é um eterno desassossego?
Beijo
As vezes - só as vezes - é preciso descansar um pouco do desespero diário...
ExcluirEnfim, saudade! :)
ResponderExcluirRick, consigo sentir a saudade enquanto leio o teu texto! Grande beijo, menino!
Lindo texto. Os sentimentos podem ser mesmos complicados.
ResponderExcluirGostei muito do seu modo de escrever, a gente se põe no lugar da pessoa, e dá uma melancolia.
Beijo
www.escritorade1viagem.blogspot.com
Tá nem pra escrever o quanto de mim eu li ai. To nessa fase...é a vida. Uma hora a gente entende e começa a se reerguer.
ResponderExcluirhttp://www.novaperspectiva.com/
Ricardo! Queria te contar que depois do seu comentário no blog, eu o respondi. :-) Acabei fazendo um ~comentariozão~, já peço desculpas de antemão por isso, hahah. Mas foi muito bom pensar mais um pouco nos assuntos que você colocou por lá. Obrigada.
ResponderExcluirJá sobre a carta a Julieta, só me lembro da música "Solitude is bliss", de Tame Impala, que tem sido uma ótima companheira nesses tempos.
Nós, seres humanos, fomos programados para nos adaptar a tudo, inclusive a falta. No momento do ocorrido parece que não vamos aguentar o peso, mas depois de um tempo já estamos prontos para abrir as portas para outras pessoas entrarem.
ResponderExcluirSaudade de você. Sempre amo ler o que escreve, a dor de forma leve. Até logo!
ResponderExcluirSaudades também Lari. Abraços.
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