Um pouco depois da meia noite eu chego em casa, deito na cama, fecho os olhos. E, não vou mentir, após resistir um pouco eu sempre acabo me entregando às lembranças. As lágrimas vão caindo pela noite e eu vou afundando neste mar incerto como alguém que cai — sem medos — porque já não é novidade o que me espera lá embaixo. A intenção de afogar essas mágoas contidas não tem dado certo e todo álcool bebido no bar da esquina parece desaguar dos meus olhos pela madrugada. Eu só me lembro mais de você. Eu me lembro e relembro e choro. Bate uma saudade forte aqui dentro e no escuro desta noite, tudo que eu consigo é ser jogado pelas ondas sobre as rochas ou ser esmagado pelo peso do mar a minha volta. A minha consciência pesa. Eu preciso saber de você. Eu preciso saber se está bem. O que tem feito. Se está feliz.
E neste desespero, o mar me puxa para o fundo, bem fundo, onde a solidão é a dona da casa e eu sou muito bem recebido. Mesmo que doa, que lateje, que incomode, o que fazer? Vício é vício... E eu prefiro o vício de ser triste do que voltar a mendigar o amor que vem de você. Porque talvez eu seja aquele tipo de pessoa que vem aqui porque a tristeza do mundo também quer ser notada. E aí, meu bem, como se já não bastasse o coração partido entre os soluções perdidos no escuro da noite, me vem as lembranças. Eu fecho os olhos e você sorrir de canto, ajeita o cabelo, bagunça os lençóis. Percebo teu jeito, sinto teu cheiro, gosto do teu gosto. Tua voz sussurra coisas loucas no meu ouvido e te amo assim, em qualquer lugar. Abro os olhos. Acabou. E hoje, é com a solidão que eu me encontro. É no bar da esquina que eu bebo minha cachaça, fumo meu cigarro, uso minhas drogas e assim esqueço de te amar. Amar pode ser um vício, que te mata devagar...
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"Amar pode ser um vício, que te mata devagar..." Vou tatuar isso na minha testa cara, sério, adorei o texto Ricardo!
ResponderExcluirhttp://doratona.blogspot.com.br/
gente, que lindo o blog! que lindo você!
ResponderExcluir(ainda a mesma delicadeza...) :))
:***
Muito boom, mas amar não mata, é o sofrer que assim o faz.
ResponderExcluirIdentidade Aleatória
O Identidade Aleatória está no facebook!
Amar mata aos pouquinhos por dentro, entretanto, chega uma hora que é bom encarar esse vicio não mais como opção...
ResponderExcluirEu gosto tanto do jeito que você escreve. Beijos.
ResponderExcluirRick! Cá estou eu te visitando, tentando voltar com o blog.
ResponderExcluirÓtimo texto, como sempre. Talvez seja melhor se livrar dessa saudade que mata, não? estar aberto pra novos mundos, não se permitir doer é um ótimo remédio. Experiencia própria, amigo.
Saudades sempre, de ti.
http://maybe-i-smiled.blogspot.com.br/
Fico feliz que você tenha voltado com o blog.
ExcluirE também sinto saudades meu bem.
Boa noite,
Coragem, marinheiro!!! Depois da tempestade vem a bonança, dizem por aí!
ResponderExcluirBom domingo e ótima semana pra você!! Abração!
;o)
Tu sempre me surpreende com esses textos...cada palavra bem casada.cada frase bem ditada.Quem lê chega a sentir um pouco do sentimento de quem o escreveu, e eu acho que só os bons escritores conseguem fazwr isso...Enfim, eu gostei. ps: tu sabe quem é hehe.
ResponderExcluirJá amo seu blog ♥ A descomplicada
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