Meus mecanismos de defesas apitam: não se apaixone não, não por ele, não dessa vez. Eu respiro fundo, assumo os riscos e me permito afundar cada vez mais no verde desbotado dos seus olhos. Eu prendo a respiração e meus pulmões queimam. Mas eu sorrio. As borboletas ressuscitaram dentro do meu estômago. Mas eu sorrio. Eu perco o ar. Mas eu sorrio. Eu conto os segundos para te ver chegar e quando eu te vejo sorrir, a queda é para o alto. De olhos fechados. Eu me permito flutuar...
Mas meu amor, porque não? Se você vai me decepcionar, é da vida. Se às vezes eu vou te odiar, é da vida. Se eu vou ser feliz, tudo bem. Pode ser que tudo isso também vire saudades, mas quem sou eu para ignorar esse alinhamento cósmico que raramente acontece. Já faz tempo que eu venho me renegando aos prazeres e desprazeres da existência. Talvez eu precise tomar um partido. Mudar de estrada. Rever meus conceitos e te permitir partir meu coração. Ou ser iluminado, que é melhor. Acho que devo mesmo me permitir. O fundo do poço já não me parece ser tão confortável. Numa probabilidade pequena, talvez isso tudo valha a pena ou pelo menos sirva para preencher o silêncio das mesas de bar da Rodovia. Já não tenho mais tempo para deixar as oportunidades escaparem por entre os meus medos. Já não falo por mim. É uma mistura de pensamentos loucos que rodeiam na minha mente e no auge da minha insegurança, ele segura na minha mão. Eu disfarço com um riso. Eu me sinto bem. Eu me sinto vivo. Quando ele me abraça. Quando ele olha pra mim. Quando ele discretamente tira o peso das quinquilharias que carrego comigo e me deixa mais leve. A existência me parece bem tranquila. Eu queria ser eterno. Mas se eu morresse amanhã, eu morreria sorrindo.
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eu amo o barulho da chuva caindo no telhado...
ResponderExcluiramei o seu blog, é irresistível. ;)
http://diarioestapafurdio.blogspot.com.br/
Obrigado.
ExcluirFico feliz que tenha gostado.
Boa noite.