Eu tento te escrever, mas depois de infinitos borrões e algumas folhas rasgadas, tudo que eu faço é desistir de mim, de ti, da existência. Eu já não tenho mais pique pra andar por ai de cabeça erguida e coração vazio. Tenho perdido a inspiração pra viver. Todavia, eu sorrio para este papel amarelado e tenho vontade de ir embora, seguir outro rumo, arrumar as malas. Eu quero buscar a paz de espirito que tinha antes de ti, em outro lugar.
Mas hoje, hoje eu queria te contar como tem se passado os dias longe do teu abraço. Ultimamente eu fico aqui, observando este papel envelhecido e neutro, absolutamente calado. Eu fiquei mudo. Desaprendi de sofrer pela ponta do lápis. E tudo que eu escrevo é um reflexo ridículo da minha alma. Já não mais nada dentro desse meu peito, já que você levou tudo, inclusive a penteadeira que eu te dei no ultimo natal. Esta folha que agora eu amasso, é o retrato físico do que tu fizeste com a minha vida. Eu só soube fazer borrões e cometer erros por toda uma vida e que jamais conseguiu terminar algo, mas tu, tu despedaçou com todas as expectativas. Eu fui o brinquedo que tu enjoou de brincar. E agora, bem, essa tristeza vai sendo sorrateiramente costurada neste papel. Um dia eu recorto um coração daqui e colo no peito daquele boneco — o boneco sem vida, o boneco feito inutilmente pra alegrar a tua vida — a marionete que depois do show será jogada no canto e certamente sucumbirá na solidão, num canto esquecido da tua consciência.
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Triste. Consegui imaginar. Como um filme curto e música lenta ao fundo. Mas não achei o boneco feio, na verdade nem lembro de todos os detalhes, mas lembro de olhos brilhantes que refletiam sua alma e iss me prendia a ele.
ResponderExcluirbjs, te adoro!!
Que bonito! Porém triste...
ResponderExcluirTocou minh'alma!
Tem postagem nova! Passa lá no meu blog!
BeijO*-*
http://evesimplesassim.blogspot.com
que post tão bonito e ao mesmo tempo tão triste.. :)
ResponderExcluirobrigada pelo teu comentário!