Me segura.É uma pena que a vida. Você deveria ter ido embora todas as vezes em que eu. Você tinha que esquecer todas as vezes em que eu disse. Você não precisava conhecer o meu eu que eu mesmo já tinha. Você não tinha que me contar sobre os livros incríveis que você já. Não me mande flores. Não me mande as músicas de The Swell Season e me faz amar Phill Veras assim. Eu tento a todo custo não te sufocar. Ai eu tive que te esquecer pra te lembrar e te lembrei pra te esquecer e agora eu sou um acumulador de poesias tuas. Nossos caminhos foram abandonados e passamos a seguir esse novo rumo que vai nos levar sabe Deus pra onde. Eu segurei na tua mão sem achar tudo isso clichê. Eu que. Você que. A gente que não nunca quis. E agora, só depois de te amar tanto, toda vez que eu te vejo desaparecer na minha rua penso comigo que eu não deveria te amar assim. E não que você não mereça, mas que eu não precisava ser esse homem que nasceu pra gostar demais.
Eu estou caindo, profundamente e cada vez mais, no teu precipício cara. Eu que sempre tive o pé atrás, agora não me renego aos prazeres da vida e muito menos aos que você me proporciona. Eu, que nunca deixo ninguém saber nem o suficiente, te deixei conhecer até os gostos mais íntimos. Eu que só olhava a tragédia do mundo, prestei atenção nas frases de esperança pichadas no terminal da praia grande. Eu que não tinha salvação, agora me vejo dando tchau pro inferno.
Mesmo que mude
É uma pena que a vida passe tão depressa. A verdade é que o tempo voa amor, e toda vez que tu te afasta – mesmo sabendo que vou te ver amanhã – eu penso aqui comigo que eu deveria ter desviado do teu caminho, ou aliás, não deveria ter ido no Reviver naquele dia, ou deveria ter ido embora mais cedo, ou ter morrido por ai. É que o tempo que eu tinha já estava minuciosamente planejado e tu acabou bagunçando tudo. É uma pena que a vida passe. Porque quanto mais ela passa, mas aumenta a graça em ti viver. E de todos as coisas que eu precisava, nenhuma delas era estar perdidamente apaixonado por ti. Entenda que eu nunca quis e agora já não sei viver como antes. Logo eu, que sempre tive esse tédio todo com os seres humanos e sempre pensei numa saída, de repente me sinto disposto a viver uma vida longa só pra ter tempo suficiente de guardar todo esse teu caos dentro de mim e nunca mais esquecer o tom de castanho da tua barba rala. Eu, que sempre preferir a paz da solidão, o silêncio dos lugares silenciosos, os dias de cinema solo, me pego animando demais pra ir num barzinho de quinta da Lagoa e mergulhar na tua boêmia. Eu, este ser humano tapado, que nunca gostou de tá conhecendo gente nova, agora quero ser amigo daquela tua melhor amiga porque ela é um ser humano bonito. Eu que nunca. Eu que sempre achei essas coisas meio. Me pego feito bobo ouvido as poesias que tu me manda no whatsapp e repito, repito, repito...
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No momento estou agradecendo o fato de tu ser um homem que nasceu para gostar demais, pois caso não fosse, não poderia ter lido o que li. Teu texto tá assombrando com teus sentimentos. A paixão é uma doença linda, né? Quando eu era apaixonado, vivia assim também. Enlouquecido, querendo tudo e nada e um pouco do que viesse. Quero que tu sejas feliz, Ricardo! Muito e muito feliz! (e não pare de escrever!)
ResponderExcluirAbraços
Fico feliz que tenha gostado. <3
Excluireu acho tão lindo esse tipo de paixão, mas o medo de estar vulneravel assim tem me retraído cada dia mais. Acho que entendo um pouco dessa dessa dor que é se perceber entregue e não poder fazer muita coisa a respeito.
ResponderExcluirSeus textos <3
<3
ExcluirGostar demais tem disso de perder a medida das coisas e se debater entre antes e depois, transbordando intensos "agoras" desse seu jeito.
ResponderExcluirÓtima semana por aí!!
;o)
Sim, gostar demais faz a gente ir além dos nossos próprios limites, a gente se entrega de corpo e de alma, sem nem perceber...
ExcluirEstamos aí no mesmo grupo então, dos que gostam demais, e apesar de isso ter efeitos colaterais bem sérios acho que não gostaria que fosse de outra maneira. Afinal, se é pra gostar ou se jogar em um relacionamento... que seja com 100% de nós mesmos. Acredito que seja até mais justo, assim.
ResponderExcluirEnfim, abraço!
É até importante, o fato de se jogar, assim, sem medos, com toda sua verdade...
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